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O objetivo deste ensaio é analisar, com base na ideia de atualidade política, a economia da opinião e da crítica nas sociedades contemporâneas. Com base em várias pesquisas oriundas de nossos trabalhos e em uma reflexão sobre a sociologia pragmática da crítica, enfrentamos uma pergunta fundamental: quais os determinantes da “passagem ao ato” de uma crítica, isto é, da conversão da indignação interna em manifestação externa aos atores sociais? O argumento é subdividido em três partes, uma estrutural e duas conjunturais. Na primeira, mapeamos as principais variáveis determinantes da passagem da indignação à crítica. Na segunda, mostramos que uma série de transformações históricas no jogo escassez/abundância dos elementos daquela matriz tornou a opinião e a crítica mais disponíveis e, na continuidade de sua presença na vida contemporânea, um modo privilegiado de sociabilidade. Na terceira parte, analisamos três consequências desse movimento: a banalização da crítica, o conflito e a desvalorização da verdade objetiva.

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