Esta dissertação apresenta uma análise histórico-etnográfica sobre os modos de imaginar e produzir o espaço na Barra da Tijuca. A partir de artigos de jornal do acervo digital do Jornal O Globo, entre 1960 e 2020, a pesquisa descreve e analisa o processo de surgimento do imaginário urbano de preservação ambiental na Barra da Tijuca e como este molda as formas de produzir, material e simbolicamente, o espaço na região. A partir do acúmulo de camadas de tempo e história, demonstro como, ao longo de sessenta anos, a promessa de obras de infraestrutura de esgotamento sanitário alcança o lugar de mediação da relação entre natureza e urbanização, como a forma de fazer conciliar este conflito. Assim, a partir de uma rede de relações que conjuga atores sociais, técnica, política e grandes eventos, demonstro como as transformações materiais e simbólicas pelas quais a região passou nos últimos sessenta anos estão relacionadas com a promessa de fazer se materializar na Barra da Tijuca um futuro desejado de preservação ambiental, alcançado a partir da provisão de infraestrutura de esgotamento sanitário. O material empírico da dissertação compreende artigos de jornal da década de 1960 até a década de 2020, reunidos a partir de duas buscas no acervo digital do jornal O Globo. Defendo, assim, que essa forma específica de imaginar o espaço urbano, a partir da preservação, culmina em formas de planejar, projetar, construir e produzir o espaço em que a infraestrutura urbana é tomada como solução para ocupar o espaço de forma a preservar a natureza e a paisagem.