PT | EN

Informações Gerais

Texto

A morte e o morrer são problemas sociais incontornáveis. Esta tese parte do princípio de que existimos enquanto seres sociais e corpóreos, e que essas dimensões estão imbricadas de modo que, perto do fim da vida, tanto as vicissitudes do corpo quanto do social se desenrolam. Nesse desfecho, o trabalho de cuidado, isto é, de manutenção, reparação e continuação do corpo humano se revela como peça crucial das relações sociais em contextos de vulnerabilidade e fragilidade. Logo, embora a morte seja universal, seus contornos específicos, especialmente em casos de adoecimento crônico-degenerativo, são desenhados de acordo com as configurações e arranjos sociais de cuidado construídos ao longo da vida. Essa tese aborda o processo de morrer de pessoas inseridas em um serviço de assistência domiciliar paliativa no Sistema Único de Saúde brasileiro, particularmente em um hospital federal do Rio de Janeiro. Primeiro, aborda-se a construção histórica de configurações sociais de cuidado dos moribundos, enfatizando o cuidado domiciliar e a rede pública de saúde. Então, investiga-se as distintas dimensões desse processo, nomeadamente, a circulação dos afetos, a organização e significação do trabalho de cuidado, e as narrativas tecidas entre pacientes, familiares e profissionais de saúde.

Responsável
Orientador(a)