Esta dissertação é um esforço de investigação histórico-etnográfica dos processos de transformações urbanas da cidade do Rio de Janeiro (RJ) em sua expansão em direção à Barra da Tijuca, pela orla. Baseada em uma análise de material de arquivos do Jornal do Brasil no período de 1960 a 1980, a pesquisa se concentra nas “experiências de fechamento” que ocorreram em função da expansão do mercado imobiliário voltado para as camadas médias e altas, a fim de investigar a construção material e simbólica da Barra da Tijuca e do fenômeno dos grandes condomínios residenciais, expressado em sua máxima no condomínio Novo Leblon. O material empírico compreende propagandas e matérias acerca de três experiências de fechamento: a Selva de Pedra - originalmente Parque Residencial Novo Leblon; o Village São Conrado; e o Novo Leblon. Através delas, analiso o processo de acumulação de valores e demandas que acompanhou esse movimento de expansão urbana do Leblon em direção à Zona Oeste, se materializando em experiências diferentes de fechamento, cada qual com suas especificidades. Defendo que esse processo de acumulação, influenciado pelas dinâmicas entre o mercado imobiliário e o planejamento urbano, culminam na formação de um tipo inédito de condomínio residencial, pautado em oferecer um novo modo de vida, autossuficiente e autossegregada, para além de uma opção de moradia. Proponho, então, uma nova forma de classificação desses condomínios sob a categoria “condomínios-cidade”, de forma a expressar a relação entre esses espaços e a cidade, o que faz deles um fenômeno urbano relevante e que caracterizam uma nova forma de se morar na cidade.