Esta tese propõe uma abordagem complementar da estratificação social com foco no bem-estar econômico das famílias. A hipótese central pondera a existência de uma importante reprodução intergeracional das condições sociais; ocorrida, dentre outros motivos, em virtude do investimento em escolarização e da transferência direta de bem-estar econômico entre familiares. Para responder à pergunta sobre a importância complementar e comparativa dos fatores adquiridos (características de mercado) e das características atribuídas (status socioeconômico familiar) são utilizadas diferentes estratégias metodológicas como; análise de componentes principais, útil na construção do índice de bem-estar; análise de trajetórias, competente para mostrar o aspecto multidimensional da desigualdade; regressões lineares; quantílicas; tabelas de contingência e diagramas de dispersão, como estratégias de correlação e visualização. Foi visto que as desigualdades associadas ao mercado de trabalho (desigualdades adquiridas em vida) as “desigualdades de fluxo” são significativas, embora as diferenças históricas entre as famílias (desigualdades atribuídas ou anteriores à vida) as “desigualdades de estoque” sejam mais importantes para a compreensão das desigualdades sociais contemporâneas. O indicador de bem-estar é uma via plausível de análise socioeconômica.