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O objetivo deste trabalho é analisar as representações e os discursos de "poliamoristas" brasileiros sobre amor e sexualidade. "Poliamor" é um nome nativo dado à possibilidade de estabelecer mais de uma relação amorosa ao mesmo tempo com a concordância de todos os envolvidos. A escolha pelo "Poliamor" é fundamentada na afirmação de que ele é mais "honesto", "livre" e "igualitário" que a monogamia. A fim de converter-se "poliamorista" é necessário enfrentar seus principais desafios: assumir publicamente a opção, encontrar parceiros, combater os ciúmes e desenvolver "compersão". O conflito básico analisado nesta dissertação se dá na articulação dos valores de igualdade, reciprocidade e identidade, de um lado, e liberdade, espontaneidade e singularidade, de outro. Os "poliamoristas" divergem entre uma concepção de "superioridade" ou de "igualdade" em relação a outras formas de relacionamento. Entre os que enfatizam sua superioridade é defendido que o "Poliamor" substitua a monogamia como a nova forma de relacionamento amoroso legítima. Já entre os que enfatizam a igualdade, defende-se apenas o fim da "imposição" da monogamia. A relação "bissexual" em grupo é o arranjo mais valorizado entre os pesquisados, uma vez que rompe mais significativamente com a monogamia, o "amor romântico" e a "heteronormatividade". A pesquisa foi realizada a partir da análise de quatro redes virtuais "poliamoristas", de cinco entrevistas em profundidade com adeptos e da observação participante em "poliencontros".

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