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Informações Gerais

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O estudo pretende compreender as relações sociopolíticas entre os diferentes atores sociais no processo conformação do Museu de Arte Contemporânea de Niterói (MACNiterói). Para tanto, buscou-se recortar matérias de jornal, catálogos, documentos oficiais, legislações e outros escritos, com o propósito de analisar os discursos, as trajetórias e as redes de sociabilidade dos diferentes atores sociais, produzidos naquele e sobre aquele contexto, atentando as perguntas quem são os sujeitos e como agiram na realização do projeto de museu. O recorte temporal da investigação compreende a fundação do museu, de 1991 a 1993; a construção do edifício, até 1996; e a posterior realização das atividades museais, de 1996 a 2006, quando a instituição completou dez anos. No estudo de caso destaca-se que o edifício, projetado e doado por Oscar Niemeyer à Prefeitura de Niterói/RJ, foi construído com justificativa na aquisição de um patrimônio duplo por parte de cidade: um edifício projetado Niemeyer, arquiteto consagrado internacionalmente, e o comodato de parte da coleção de objetos de arte de João Leão Sattamini Neto. Assim, após o término das obras, o colecionador firmou um contrato de comodato em que emprestou uma quantidade específica de objetos de arte de sua coleção, para tornarem-se o acervo básico do museu, podendo os mesmos serem doados permanentemente ao poder público após o falecimento do proprietário. O início da associação entre o colecionador, João Sattamini, e a Prefeitura de Niterói/RJ, ocorreu durante a gestão do prefeito, Jorge Roberto Silveira, do Partido Democrático Trabalhista (PDT), pela iniciativa do colecionador em procurar o poder público municipal para emprestar sua coleção. Neste sentido, a investigação pretendeu compreender como o projeto do MAC-Niterói foi possibilitado durante as décadas de 1990 e 2000, no contexto de vigência da Constituição de 1988, pela associação entre diferentes atores sociais, principalmente, o arquiteto Oscar Niemeyer, o colecionador Joao Sattamini e o prefeito Jorge Silveira.

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