Apesar da expansão educacional brasileira nas últimas duas décadas, as desigualdades de oportunidades permanecem como um grande problema, pois a origem social ainda determina as chances de o brasileiro alcançar níveis mais avançados de escolaridade. Este trabalho apresenta as expectativas educacionais e aspirações educacionais dos estudantes como uma peça importante do quebra-cabeça da estruturação da desigualdade de oportunidades. Com a utilização de dados transversais de 2015, disponibilizados pelo Programme for International Student Assessment (PISA), irei analisar o impacto da origem social dos estudantes, representado pelo seu nível socioeconômico, e do seu desempenho sobre suas expectativas de terminar o ensino superior e aspirações por ocupações que possam exigir ensino superior. O sexo do estudante e se ele se encontrava na série ideal, considerando sua idade, foram usadas como variáveis de controle. Os resultados foram capazes de mostrar que o nível socioeconômico e o desempenho são ambos importantes na hora de determinar a expectativa e aspirações dos estudantes. O nível socioeconômico atua mesmo dentro dos mesmos tercis de desempenho. Os efeitos de mudança do nível socioeconômico nas probabilidades preditas, no entanto, não foram constantes em todos os tercis de desempenho. O impacto dessas variáveis no modelo de expectativa é bem maior do que no de aspirações. Em termos gerais, quanto maior o nível socioeconômico e o desempenho, maior a probabilidade de o estudante achar que vai terminar o ensino superior e aspirar por ocupações que exigem ensino superior.