Esta dissertação visa refletir sobre alguns aspectos da vida de Stella do Patrocínio, uma mulher negra nascida e que vivia no Rio de Janeiro. Ela foi internada compulsoriamente passando por alguns hospitais psiquiátricos da cidade, em 1962 aos 21 anos de idade. Inicialmente, o estudo reúne pesquisas acadêmicas sobre Stella, explorando os aspectos sociais, raciais e de gênero presentes em sua trajetória. Posteriormente, realiza-se uma análise mais detalhada da expressão verbal de Stella, utilizando trabalhos anteriores sobre ela e introduzindo novas perspectivas antropológicas e performáticas para compreender seu falatório. Esse trabalho inclui uma reflexão sobre o processo de transcrição e escuta de suas falas gravadas entre 1984 e 1986, na Colônia Juliano Moreira (RJ). Ao final da pesquisa, destaca-se novamente a importância de sua voz, e faz-se uma análise sobre o papel das emoções em seu discurso, bem como sua relevância como representante de outros pacientes em situações semelhantes de internação, evidenciando seu caráter de resistência, importante até os dias de hoje.