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Informações Gerais

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O objetivo deste trabalho é analisar a desigualdade de desempenho acadêmico no ensino superior brasileiro, verificando como a origem socioeconômica dos alunos e o perfil das instituições de ensino se relacionam com os resultados do Exame Nacional de Desempenho dos Estudantes (Enade). A primeira tarefa é entender as mudanças causadas pelo período mais recente de expansão do ensino, e como esse processo contribuiu com a redução da desigualdade de acesso ao sistema. Depois, olhar para além desse acesso, entendendo como a origem social afeta os resultados educacionais dos alunos dentro do sistema. A análise do desempenho acadêmico se dá a partir de dois fatores: individuais (que dizem respeito às características dos alunos, como origem socioeconômica, idade, sexo e cor) e institucionais (que dizem respeito às características das instituições de ensino superior, como rede, modalidade e turno). O trabalho é feito a partir dos dados do ENADE dos anos 2015, 2016 e 2017. Primeiro, é analisada a distribuição do perfil dos estudantes. Depois, é feita a análise do desempenho acadêmico dos concluintes do curso de administração. Por último, é feita a análise de regressão multivariada para predição da nota do ENADE a partir da origem socioeconômica, tendo as variáveis individuais e institucionais como controle. Os resultados apontam que os alunos privilegiados (estudantes que possuem pelo menos um dos pais com formação superior) apresentam desempenho médio acima dos alunos desprivilegiados (estudantes cuja maior escolaridade entre os pais é até o ensino médio) independente de idade, sexo, cor, rede, modalidade e turno. Cursos presenciais diurnos de instituições públicas e privadas amplificam a desigualdade de desempenho entre os dois grupos, enquanto cursos presenciais noturnos e à distância da rede privada a reduzem. A partir de análise de regressão multivariada, conclui-se que praticamente metade da diferença de desempenho entre alunos privilegiados e desprivilegiados se deve às características individuais e institucionais.

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Orientador(a)
Banca examinadora3