Esta tese tem como objetivo acompanhar a trajetória profissional da primeira afro pornstar brasileira, Giovana Bombom. A etnografia busca refletir sobre os caminhos e vicissitudes de sua trajetória profissional e sobre as (des)valorizações de seu corpo negro e feminino na indústria de pornografia nacional. Para tal, o texto apresenta um conjunto variado de momentos e situações documentados desde 2016. As cenas envolvem nossas conversas e encontros, os momentos em que observo a gravação de seus filmes; as edições de eventos e premiações da indústria, momentos nos quais ela se reunia com outros dos maiores astros e estrelas do mercado pornográfico nacional, ocasião também que disputam troféus que atestam a excelência de suas performances. O material apresentado reúne também entrevistas com seus colegas atores, atrizes, diretores e produtores. Além das estratégias, as análises se dedicaram à descrição do amplo material pornográfico produzido pela interlocutora, o acompanhamento de suas redes sociais e, sobretudo, uma rotina de proximidade, interações, trocas e afetos. Os resultados buscam produzir sentido para um momento significativo da trajetória da interlocutora em sua relacionalidade e temporalidade, considerando os processos de racialização e as estratégias produzidas para lidar com ele em uma indústria comprometida com a precarização e instabilidade de seus trabalhadores.