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Nesta dissertação, debruço-me sobre a perspectiva de pessoas que estão em processo de egressão do sistema penitenciário fluminense a respeito de suas próprias trajetórias na relação com o crime, a prisão e o momento atual. Os aspectos morais da carreira daqueles que chamo de egressantes penais, referentes à sequência regular de mudanças provocadas por esta trajetória no self dos participantes e em seu esquema de imagens para avaliar a si mesmos e aos outros para eles significativos, constituem a questão principal deste trabalho. Trata-se de uma análise retrospectiva, interessada em compreender como as pessoas representam aquilo que elas eram a partir daquilo que elas são. O material em que se baseia esta pesquisa é fruto de 23 entrevistas semiestruturadas com pessoas que cumprem o término de pena na esfera extramuros – por conta dos chamados “benefícios penais” – e que se apresentam regularmente ao Patronato Magarinos Torres, órgão da Secretaria de Estado de Administração Penitenciária, para prestar contas de sua condição; de observações das relações cotidianas entre apenados e profissionais nos espaços oficiais da instituição; e de inúmeras conversas informais com operadores institucionais. Esse conjunto de dados permitiu observar diferentes regimes de efetivação dos selves dos egressantes, correspondentes às diferentes fases da carreira, mas interpenetrados muitas vezes ao longo dela. Minha aposta analítica é a de que os discursos de egressantes e de profissionais do Patronato têm muito a dizer sobre a construção social do estatuto da condição de incriminado e de suas variações ao longo do tempo.

Responsável
Orientador(a)
Co-Orientador(a)
Financiador
Banca examinadora5

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