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Nesta dissertação, apoiado em uma abordagem pragmatista, em que se pode analisar as ações sociais dos indivíduos observando os efeitos produzidos pelas mesmas, proponho a desconfiança como uma gramática que comporta diversos dispositivos mobilizados pelas pessoas em relação ao que constroem como perigos e riscos na cidade do Rio de Janeiro. Por meio de um trabalho de campo em três distintas linhas de ônibus que oferecem serviço a diferentes áreas, 332 (Castelo-Taquara), 474 (Jacaré-Jardim de Alah) e 498 (Penha Circular-Cosme Velho), sugiro um entendimento, constituído pelas representações dos atores, da cidade pelo conceito de distopia realizada: uma metafísica moral que orienta as ações daqueles que se deslocam pelas ruas. Trata-se de um quadro referencial formado por elementos identificáveis pelas pessoas em suas rotinas para os quais mobilizam práticas de desconfiança, como a evitação e o afastamento. Essas se dão na tentativa de proteção à integridade física e patrimonial, percebidas como ameaçadas por diferentes elementos representados socialmente como “violência urbana”. Os dispositivos de desconfiança são, dessa forma, suportes para ações temerosas, permitindo a continuidade da rotina de uma forma própria.

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