A pesquisa discute os atores, processos e debates travados durante a organização do carnaval de rua na cidade do Rio de Janeiro. Parto dos desdobramentos da intervenção federal na segurança pública do estado de 2018, o instauro de uma situação de calamidade pública e as narrativas de crise fiscal para questionar como a organização da festa passou a ser articulada em especial nas regiões Centro e Zona Sul da cidade em uma gestão da Prefeitura. Com o crescimento expressivo do carnaval de rua carioca novas disputas na ocupação do espaço público, que envolveram problemas de ordem pública e mercado, puderam ser acompanhadas e nelas a tradição se mostrou uma categoria central. A partir de uma perspectiva etnográfica, considero alguns espaços de articulação da folia, dentre eles as ligas e associações de blocos e um grupo de trabalho iniciado no Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro, ator que viria a ganhar relevância nas interlocuções a respeito da festa.