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Esta dissertação apresenta uma etnografia da produção, do uso e da circulação de uma máscara, a careta do cazumba. Seu ponto de partida é a visão de que os objetos participam intensamente da vida social e cultural ao agirem sobre a realidade por meio da ativação de diversos mecanismos de simbolização. Esta máscara, originalmente utilizada pelo personagem cazumba em uma das modalidades maranhenses da brincadeira do boi - o bumba-meu-boi encontrado na região da Baixada - transita por contextos sociais exteriores à festa, sendo utilizada em "performances" teatrais, figurando em paredes de residências, compondo acervos de museus etc. Dada a relevância do uso ritual e festivo da careta no ponto inicial da trajetória de sua circulação, este estudo privilegia a análise da inserção da careta no bumba-meu-boi maranhense. Da perspectiva da festa, faz-se a reflexão sobre as relações sociais das quais ela participa, os artesãos que a fabricam, os agentes sociais que a manipulam, a sua agência social e os significados a ela atribuídos. Reflete-se também sobre a inserção da máscara em outros meios, as relações e os atores que viabilizam seu deslocamento, e discute-se a respeito da atuação e dos sentidos da máscara nos espaços museais. Ao seguirmos a circulação da máscara da festa até o museu, iluminou-se a trajetória do artesão Abel Teixeira, profundamente imbricada com a trajetória da própria careta de cazumba.

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