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Proponho neste trabalho uma reflexão sobre a experiência etnográfica de Edison Carneiro em Salvador (Bahia), nos anos 1930. Lanço a hipótese de que neste período ele se elabora subjetivamente enquanto um pesquisador de campo, definindo uma identidade autoral que o particularizaria em relação aos seus mestres, Nina Rodrigues e Arthur Ramos. Ao travar encontros e negociações com pais e mães-de-santo de terreiros de candomblé "nagôs", "bantos" ou "caboclos", ele escreve sua própria história do candomblé da Bahia. Procuro dialogar com as leituras correntes da obra do autor no campo que se convencionou chamar dos estudos afro-brasileiros. Exploro também a idéia de que Carneiro atua como um mediador entre os universos aos quais está vinculado: intelectuais e nativos, antropologia brasileira e norte-americana, centro e periferia, papel que seria permitido pela ambigüidade constitutiva de sua própria figura.

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