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A presente tese é sobre adolescentes em conflito com a lei que cumpriam medida socioeducativa de internação na região metropolitana da Grande Vitória, no Espírito Santo. Buscou-se descobrir como esses adolescentes percebiam suas possibilidades de ação; tanto o que lhes parece possível de ser feito como o que lhes parecia obrigatório e aquilo que lhes parecia interditado. Utilizaram-se como aporte empírico quarenta e cinco entrevistas semiestruturadas com adolescentes em conflito com a lei internados em duas unidades socioeducativas da Grande Vitória, além de um trabalho de campo nessas unidades por um período de 18 meses. Os jovens tinham entre 17 e 21 anos incompletos. A pesquisa então seguiu por meio da observação direta do cotidiano das unidades, de conversas informais com os internos e com funcionários e das referidas entrevistas, resultando num material registrado em anotações de campo e em áudios gravados. Tentou-se problematizar como esses adolescentes compreendem suas trajetórias de vida, conciliando seu engajamento em carreiras criminais e suas relações com as instituições legítimas. Dessa forma, se podem analisar seus discursos sobre temas como a medida socioeducativa, a sensação de estar privado de liberdade, as práticas incrimináveis e o cotidiano nas quadrilhas de tráfico de drogas, suas relações com família, com vizinhos, a religiosidade e o mercado de trabalho. Finalmente, podemos analisar as projeções desses jovens que atingiam a fase adulta, em sua liminaridade entre as vidas “convencionais” e o “mundo do crime”.

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