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Esta tese tem como objetivo mapear os percursos escolares de jovens estudantes de ensino médio de um colégio público carioca e analisar como as redes de relações sociais influenciam na incorporação do etos escolar, na produção de vínculos de afinidade e parceria, nos processos identitários e de reconhecimento social. A observação participante, a descrição etnográfica das salas de aula e dos demais espaços de convivência do universo escolar e a construção das trajetórias, baseada na realização de entrevistas em profundidade com 22 jovens, revelaram que as redes se constroem pelas relações de interação tecidas entre os jovens estudantes e os demais atores sociais no universo escolar. Os vínculos construídos pelos estudantes nestas redes podem, por um lado, reforçar a identificação com o ambiente escolar, o reconhecimento identitário e contribuir para o investimento na escolarização, e, por outro lado, estimular o afastamento da escola pesquisada, tais como nos casos dos transferidos e daqueles que interrompem os estudos, mesmo que de forma momentânea. As redes de malha estreita, média e frouxa são influenciadas por um tipo específico de cultura de gestão, carismática-tradicional, que norteia práticas e representações no ambiente escolar e contribui para organizar as estratégias dos jovens em torno do término do ensino médio. Se de um lado, a organização dos estudantes em redes permite uma maior aceitação das diferenças existentes entre os jovens, de outro, não ajuda a produzir melhoria significativa no desempenho dos estudantes em termos de proficiência.

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