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Compreender como os marcadores sociais de diferenças são articulados na produção de desigualdades sociais constitui um dos mais amplos e extensos programas da pesquisa sociológica contemporânea. Neste projeto, o marcador social de gênero, longe de figurar como uma concessão na abordagem, é fundamental para o conhecimento do problema das desigualdades. A sociologia do gênero e as contribuições mais recentes da teoria interseccional feminista, ao fornecerem uma ontologia do sujeito e do poder, desestabilizaram visões essencialistas e homogêneas construídas em torno do gênero "mulher" (Carbin & Edenheim, 2013). Desta forma, mostraram que o encontro das diferenças é produtor de desigualdades relacionalmente construídas entre os gêneros (homens e mulheres, entre mulheres e outros). Interessa conhecer como a articulação dos marcadores sociais das diferenças (gênero, classe, raça/etnia, sexualidade, idade/geração, mas também territorialidade) organiza hierarquias que geram estigmatização, discriminação, opressão, e vulnerabilidades diversas. Ao mesmo tempo, não se ignora o fato de que este encontro de marcadores sociais de opressão também pode fortalecer indivíduos e identidades políticas, o que mostra que tais diferenças também são geradoras de significados que enunciam tensões e rupturas presentes nos processos de nomeação e classificação dos sujeitos (Brah, 2006; McClintock, 2010; Collins, 2015, Moutinho, 2014). Estas questões dialogam com investigações que integram este projeto que se desenvolve a partir da aplicação de diferentes métodos qualitativos (etnografia, entrevistas, biografia, pesquisas documentais) distribuídos na investigação das seguintes temáticas: violências de gênero e contra mulheres e adolescentes no espaço público e/ou nas organizações; mobilizações feministas e combate às violências; prostituição, trabalho sexual e estigma; a construção de prostitutas como sujeitos políticos e seus movimentos sociais; gênero, sexualidade e raça entre drag queens negras no Rio de Janeiro; sexualidade, envelhecimento e trabalho de cuidado; mulheres e conservadorismo; maternidade, amor e sexualidade na literatura.

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