A sociologia da estratificação tem sido um campo de estudo consolidado na academia brasileira, especialmente em questões relacionadas às desigualdades de raça e classe. No entanto, a quantidade de pesquisas que exploram a classe média negra, executivos negros e burguesia negra são notavelmente menores em comparação com aquelas que abordam o negro em contexto de pobreza ou violência. Este projeto visa contribuir para o preenchimento dessa lacuna, analisando as trajetórias e perfis de parte da população negra que compõe a classe média brasileira. Utilizando dados divulgados pelo IBGE, a pesquisa se concentra em examinar as experiências e realizações de negros que ascenderam à classe média, com base em dados quantitativos. Três coortes entre 2012 e 2022 foram selecionadas para identificar o perfil da população negra que alcançou a classe média, utilizando dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNADC). A análise se baseia em indicadores socioeconômicos para identificar alterações na renda dos trabalhadores negros e compreender como o grau de escolaridade influencia no tipo de trabalho ocupado. A amostra é composta por domicílios localizados nas capitais das Unidades Federativas do Brasil, cujo chefe de família se autodeclara negro e possui renda familiar per capita equivalente aos 10% mais ricos, afins de comparação, investigo os dados da população autodeclara branca.