Minha dissertação tem como objetivo qualificar a comunicação, a produção ativa de ressonâncias e dissonâncias, entre Mário de Andrade e o Romantismo. Nesse sentido, busca matizar algumas interpretações sobre o Romantismo, mais precisamente, questiona-se o aspecto disjuntivo pelo qual o Romantismo muitas vezes é tratado, ora como um movimento artístico individualista, ora como um movimento que busca essencializar expressões de um povo. Mais pertinente, então, parece ser tratá-lo como um movimento artístico que buscou articular essas duas dimensões. Além disso, também visa analisar os artigos publicados na imprensa brasileira nas décadas de 1920 e 1930 sobre o centenário do movimento artístico do século XIX, usando a Hemeroteca Digital da Biblioteca Nacional. Por fim, busca-se analisar especialmente os artigos de Mário de Andrade que foram publicados na imprensa entre os anos 1930- 1931, ensaios e conferências. Minha hipótese é que, embora valorize a diferenciação individual, Mário de Andrade não cai na armadilha romântica de valorização dos gênios. Imprimindo uma perspectiva mais democrática ao tema, Mário vê um potencial muito maior na fluidificação da cultura objetiva por diversas individualidades trabalhando em conjunto do que pela atuação de uma subjetividade genial.