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O tema fundamental deste projeto de pesquisa são as crescentes formas de legitimação da categoria espiritualidade no campo da saúde. Precisamente, trata-se de investigar o modo pelo qual essa categoria tem sido incorporada por instituições seculares e, com isso, sido rotinizada em contextos oficiais de atenção à saúde. Para tanto, nosso foco de interesse empírico estará dirigido a três dimensões que compõem o campo oficial de cuidado com a saúde: a clínica, as pesquisas médicos científicas e as políticas públicas de saúde. Na clínica, o campo de pesquisa será, fundamentalmente, o Hospital das Clínicas da Universidade de São Paulo, onde funciona o Ambulatório de Espiritualidade. Quanto às políticas de saúde, o foco estará nas políticas do Ministério da Saúde que, pelo menos desde 2003, têm sistematicamente feito referência e estabelecido diretrizes para cuidados com a dimensão espiritual da saúde. Em relação às pesquisas médicas, privilegiaremos o Núcleo de Pesquisa em Espiritualidade e Saúde, da Universidade Federal de Juiz de Fora, e o Programa de Saúde, Espiritualidade e Religiosidade, da Universidade de São Paulo. Ambos estão registrados no CNPq e integram uma ampla rede de grupos de pesquisa estabelecidos em faculdades de medicina que descrevem, entre seus objetivos principais, realizar investigações sobre o impacto da espiritualidade na saúde. Esta pesquisa, portanto, tem como principal objetivo analisar o modo pelo qual a espiritualidade tem sido estabelecida e legitimada como uma dimensão de saúde a partir do emprego dessa categoria em políticas públicas, em rotinas clínicas de atendimento e como objeto de investigação privilegiado em grupos de pesquisa médicas. A partir desse contexto empírico e do diálogo com a literatura das ciências sociais da religião, este projeto dá centralidade para o debate sobre a própria categoria espiritualidade que, embora seja recorrentemente acionada por sociólogos e antropólogos, pouco foi tematizada diretamente no Brasil..

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