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Este projeto visa caracterizar o modelo institucional dominante no sistema de ensino superior brasileiro destacando, através de análise comparativa internacional, as dimensões sociais, políticas e simbólico-valorativas que organizam o seu funcionamento. Em conexão com os valores socialmente dominantes sobre o sentido da educação, focaliza as dimensões do seu modelo institucional que permitam caracterizar uma lógica específica, com atores e suas estratégias, capaz de reduzir ou aumentar as oportunidades educacionais. Trata-se de aprofundar o conhecimento sobre o funcionamento das instituições no sistema de ensino superior no Brasil, definindo bases para a comparação sobre os níveis de eficiência e equidade atingidos. Serão analisados os padrões de expansão, diferenciação e diversificação do nosso sistema de ensino superior, destacando as dimensões que, isoladamente ou combinadas, incrementam as oportunidades educacionais para os diferentes grupos sociais. A literatura internacional mostra que as instituições de ensino superior são exemplos de organizações onde várias lógicas competem e coexistem. Mais ainda, as tendências internacionais combinam um grau crescente de isomorfismo entre os países com fortalecimento de hierarquias entre as instituições tanto no plano nacional como entre nações. A demanda por estudos comparativos se intensifica e justifica este tipo de proposta. A articulação conceitual utilizada é complexa, pois envolve níveis de análise distintos, associando valores sociais e agência institucional. No nível estrutural, focaliza-se o processo de expansão do sistema de ensino superior nacional, enfatizando a diferenciação e a diversificação institucionais que acompanham o crescimento da matrícula, dos cursos, das instituições, da profissão acadêmica. Como já indica a pesquisa na área, em cada país este processo tende a expressar os valores dominantes, especialmente aqueles relacionados aos sentidos da educação escolarizada. No caso brasileiro, a marca do patrimonialismo aparece ligada ao bacharelismo e ao viés acadêmico. Por outro lado, contempla-se também a capacidade de agência, a capacidade de atuação de indivíduos e grupos de indivíduos para construir, fazer funcionar, dar sentido e, mesmo, transformar as instituições do sistema de ensino superior. Busca-se entender como se construiu o sistema de ensino superior pelo ângulo da formação de padrões institucionais que o caracterizam. Trata-se de analisar o trabalho de instituição, o trabalho social de criação de formas institucionais que geraram e fazem funcionar este sistema de ensino, dando-lhe uma lógica que define direções específicas, tornando-o mais próximo ou mais distante das expectativas e valores sociais dominantes. As contribuições das abordagens da lógica institucional e do campo organizacional (Berman, Paradeise, Huisman, Fumasoli), assim como a sociologia do ator e da experiência (Dubet) e a sociologia dos valores (Boudon, Boltanski, Thèvenot) compõem a perspectiva teórica que se assenta em elementos da teoria dos sistemas mundiais para elementos de comparação..

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