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Nesse projeto de pesquisa propomos investigar as transformações que a sociedade brasileira vem experimentando neste século, no que diz respeito à distribuição de riqueza, estratificação educacional e ocupacional e práticas de consumo; bem como analisar percepções sobre classe social e estilo de vida, com foco nas chamadas classes médias. A pandemia Covid19 trouxe sentido de urgência para a análise das desigualdades e da vulnerabilidade. Estudo recente indicou perdas na renda domiciliar de diferentes estratos sociais no período 2008-2015 (Scalon et all, 2021) e esse quadro foi agravado pela crise sanitária, como mostram indicadores socioeconômicos. Por esse motivo, o exame do sistema de estratificação social tornou-se ainda mais relevante para avaliar os processos e dinâmicas que têm impacto sobre oportunidades e condições de vida. Associadas ao estudo das percepções e representações sobre desigualdades, classes e estilo de vida, com foco nas classes médias, essas análises consistem em elementos centrais para políticas e ações de combate às desigualdades e à pobreza. Ao mesmo tempo, vamos proceder a uma revisão crítica do referencial conceitual e metodológico tradicionalmente adotado nos estudos de estratificação, entendendo que já não se adequam às sociedades contemporâneas, especialmente nos países periféricos. Para tanto, propomos três frentes de trabalho: (a) reflexão crítica da produção brasileira na área de estratificação, (b) análise de dados estatísticos para acompanhar as trajetórias das ocupações, distribuição de riqueza, estratificação educacional, práticas de consumo, entre outras dimensões; (3) análise de grupos focais sobre estilo de vida e identidade das classes médias. Vale ressaltar que o sistema de classes é relacional, portanto, mesmo com enfoque nos estratos médios, a pesquisa incorpora a análise de todos os estratos. A ideia é relacionar as propriedades mensuráveis da estratificação social às percepções dos próprios atores sociais..

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