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Este artigo objetiva refletir sobre as possibilidades teóricas para os estudos sobre as mulheres rurais no trabalho e na gestão de estabelecimentos familiares tomando como base as contribuições dos estudos de gênero e dos feminismos. Para isso faz-se uma revisão sobre o percurso teórico de gênero e trabalho no meio rural, para então refletir criticamente sobre o conceito de gestão, abordar as particularidades de gestão em estabelecimentos rurais e, por fim, apontar caminhos teóricos para compreensão da gestão de mulheres rurais. Ao longo da análise, identificam-se duas facetas da gestão, a instrumental, proveniente do gerencialismo (management) e a emancipatória, aspecto intrínseco ao organizar (organizing). Nos resultados defendemos que as agências do organizar realizadas pelas mulheres oferecem alternativas para desfazer o gerencialismo embutido nos processos organizacionais, que invisibiliza a atuação das mulheres, possibilitando, assim, a emergência de novas vias de acesso para reposicionar o papel das mulheres em estabelecimentos rurais. Concluimos que essa nova abordagem da gestão considera que os aspectos emancipatórios e coletivos presentes no organizar das mulheres poderão indicar um novo caminho para tratar do conceito e das práticas de gestão.

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