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Procurarei aquilatar a inserção de Fernando Henrique Cardoso na ciência política entre os anos 1960-1970, tomando como ponto de partida sua aprovação no concurso da Cadeira de Política da USP, realizado em 1968. Levarei em consideração a relação da perspectiva sociológica histórico-comparada de Cardoso, desenvolvida em seu exílio, com o contexto de institucionalização da ciência política no Brasil, contrastando-a com as formulações de Paula Beiguelman e Wanderley Guilherme dos Santos. A hipótese discutida é a de que a mudança disciplinar de Cardoso, da sociologia à ciência política, além de marcar seu relativo afastamento em relação à Cadeira de Sociologia I da USP, foi efetuada sem deixar de lado uma perspectiva mais próxima do que entendemos como sociologia política. Ainda que Cardoso flerte, nos anos 1970, com uma perspectiva institucionalista, sua vinculação à ciência política se encontra próxima da sociologia política de orientação histórica e comparativa, que se torna perdedora com o predomínio do institucionalismo.

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