PT | EN

O objetivo deste texto é analisar o caráter situacionista do interacionismo americano a partir de situações experimentadas em intervalos de tempo efetivamente curtíssimos. Para tanto, analisa-se a atribuição do rótulo de que “não sabe dirigir” a motoristas no trânsito. Nesse ambiente, as interações podem durar poucos segundos, um tempo curto, mas aparentemente suficiente para os atores considerarem efetiva a avaliação dos comportamentos e a atribuição de rótulos. E esse rótulo tem a ver com uma incompetência para adaptar-se às circunstâncias de uma condução cujo imperativo é mover-se rapidamente sem tornar-se obstáculo para os outros. O estudo de um caso da teoria da rotulação, um dos capítulos mais marcantes do interacionismo, permite, por meio daquilo que, adotando um olhar situacionista metodológico, chamou-se de definição da situação a velocidade considerável, observar de forma privilegiada a situação-tipo paradigmática do interacionismo americano, a de definição do self do outro.