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O artigo discute de que forma o carnaval de rua pode ser pensado como resultado de disputas e negociações entre diferentes agentes do Estado e, ao mesmo tempo, como produtor de práticas e territorialidades urbanas. Para isso, parte-se da identificação de uma crise no âmbito da economia e da segurança pública, com o intuito de desenvolver uma discussão sobre o processo de regulação do carnaval de rua no Rio de Janeiro. Baseado em trabalho etnográfico realizado junto ao Ministério Público do Rio de Janeiro, o artigo tem como foco analítico os desdobramentos da construção da narrativa de crise, pensados em relação com os quadros de valores morais acionados no processo de ocupação dos espaços da cidade e no fornecimento de serviços públicos. Nesse sentido, são analisadas formas de classificação utilizadas por diferentes atores no processo de organização da festa, numa reflexão que coloca o uso do espaço urbano no centro da discussão sobre a ordem e a segurança pública.