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Identifier
FCS703/FCS803
Title
Teoria Sociológica II
Professor
Text
As inovações na teoria sociológica nunca se fazem desacompanhadas das pesquisas empíricas e das próprias transformações sociais que visam explicar. Mas também não da própria  tradição que vem se forjando desde os autores clássicos, mesmo quando novas teorizações levam a sociologia para além deste marco inicial. Tradição que, ademais, sempre foi objeto de controvérsia e problematização constantes e que mais recentemente vem sendo aberta também em termos de gênero, de raça, de geopolítica, de historicidades. Esta dinâmica própria da teoria sociológica ajudou, igualmente, a transformar nossa percepção da vida social, de seus paradoxos, impasses e possibilidades no século XX permitindo trabalhar a complexidade crescente da vida social no século XXI em curso. Do ponto de vista diferencialmente teórico esse campo problemático pode ser reconstruído a partir de uma questão teórica central: a tensão entre estrutura e ação nas condições de possibilidade e de mudança da vida social, na modelagem dos processos, relações e nas ações sociais e mesmo nas subjetividades individuais. É este o plano da disciplina que, talvez, de modo um pouco provocativo, discutirá o possível fracasso daquilo que nos anos de 1980 ficou conhecido como o “novo movimento teórico”, tal como o denominou Jeffrey C. Alexander, que prometia novas sínteses entre estrutura e ação que, no entanto, não lograram êxito suficiente para superar formulações muitas vezes dicotômicas. Também nesse caso, porém, o reconhecimento do fracasso não implica em enfatizar limites, mas, antes, de compreendê-los e, com base no aprendizado social que permite, sugerir novas hipóteses e uma agenda teórica consequente. Teorizações contemporâneas têm levado à reformulação de problemáticas persistentes e de conceitos básicos do repertório teórico da sociologia em direções menos convergentes à pauta do “novo movimento teórico” e tem permitido inovações teóricas consistentes. A disciplina está dividida em três módulos. O primeiro, de caráter introdutório, visa a estabelecer a gramática básica das discussões propostas. Problemas gerais como a lógica da teoria sociológica, os significados de “teoria contemporânea” e mesmo de “contemporâneo”, os desafios do desconhecido etc. serão discutidos. O segundo módulo reconstrói a agenda de debates teóricos sobre estrutura e ação tomando como marco inicial o legado de A estrutura da ação social (1937), de Talcott Parsons, e o impacto do funcionalismo, em autores como Anthony Giddens, Pierre Bourdieu, Jurgen Habermas e Margareth Archer. Cada um a seu modo, eles exploram a tensão interna entre ação e estrutura que Parsons havia tentado reconciliar (sobretudo a partir das obras de Émille Durkheim e Max Weber, pois exclui Karl Marx do cânone sociológico) e traçam teorias alternativas. O terceiro módulo discute como as teorizações mais recentes parecem, porém, contrariar a busca de novas sínteses para o problema da ação e estrutura, como prometia o novo movimento teórico, perfazendo caminhos alternativos que, acabam por abandonar o problema, acentuar um termo da relação ou mesmo repor dualidades. Niklas Luhmann, Sidney Tarrow, Patricia Hill Collins, Jeffrey Alexander e Danilo Martucelli serão discutidos neste módulo.

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